Apesar de ainda não estar concluída a Moção com que Jacinto Serrão se vai apresentar aos militantes do PS, o candidato já avança algumas das ideias-chave da parte política do documento. Ideias que serão linhas de actuação do PS, no caso de Serrão vencer a corrida à liderança do partido. Antes de mais, Jacinto Serrão acentua que as ideias políticas que defende pressupõem que "tudo passa por uma posição de diálogo com todas as forças partidárias e por tentar que o PSD flexibilize as suas posições". É uma "postura de diálogo", a procura de pontos em comum, tendo em vista a sobreposição dos interesses da Madeira e dos madeirenses aos partidários. Em síntese, a Moção defende a revisão do Estatuto Político-Administrativo, a alteração à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa e do Regimento desta. As alterações visam, também em resumo, a melhoria da "qualidade da democracia" na Região, o que passa por tornar, de facto, a ALM no primeiro órgão de Governo da Madeira, atendendo a que, de direito, já o é. A revisão do Estatuto é "essencial para a firmação da autonomia". Um aprofundamento ao serviço de todos e não "como propriedade do PSD", como este partido tenta fazer crer, afirma Serrão. "Somos autonomistas, não como um instituto partidário, mas como afirmação do povo madeirense no todo do país e da Europa". É importante a revisão do Estatuto até como forma de usar os poderes constitucionalmente consagrados e não transpostos e usados.Quanto à revisão da Lei Eleitoral, Jacinto Serrão diz sempre ter defendido um modelo diferente, coisa que não conseguiu fazer passar por ocasião da última revisão, quando presidia ao PS. O agora candidato defende os círculos concelhios, com um círculo regional de compensação, de forma a que "todos os votos contem" e dêem expressão parlamentar mesmo aos partidos mais pequenos. A alteração da lei é possível, "basta que o PSD tenha vontade", o que, defende Serrão, é viável, tendo em vista que quando da última revisão, também os social-democratas não conseguiram plenamente o que pretendiam.Respeito pelos órgãosAs alterações que pretende ao Regimento da ALM visam, conjugadas com as outras mudanças propostas, a dignificação dos órgãos de poder próprio e levar a que o parlamento assuma a responsabilidade de ser o primeiro órgão de poder madeirense.A amaneira como actualmente funciona a ALM nem a pluralidade da Mesa permite e tão pouco o trabalho como deve ser dos diplomas que emana. Uma das razões por que isso acontece prende-se ao facto de não haver um regime de incompatibilidades como o adoptado na Assembleia da República e no Parlamento Açoriano. Por isso, um dos objectivos que Serão prosseguira na presidência do partido, se a conseguir, é fazer os deputados madeirenses sujeitarem-se a um regime de incompatibilidades e impedimentos semelhante aos dos outros dois parlamentos portugueses.Jacinto Serrão entende também que é necessário acabar com um conjunto de "benesses que os detentores de cargos públicos e políticos têm na região e que estão vedados à população". Prerrogativas que não credibilizam a política. Um exemplo do que defende é, também na Madeira, o fim das subvenções vitalícias, com o subsídio de reintegração, e a limitação de mandatos. Algo que, garante, "já tinha defendido quando estava na liderança do partido". São ideias e propósitos que levam o candidato a afirmar a sua 'Confiança no Futuro' e, por isso, assim intitula a sua Moção de Estratégia Global.
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