sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

PSD-M e PS nacional usam LFR com fins "eleitoralistas"

Situação resolve-se com o fim dos "insultos" do PSD e da "teimosia" do ministro

DN: Data: 22-01-2010
Em vésperas do Congresso de consagração como presidente dos socialistas, o novo líder dá mostras de querer distanciar o PS-Madeira do PS nacional. Na questão da alteração à Lei de Finanças das Regiões Autónomas, Jacinto Serrão é claro ao afirmar que a polémica se deve, em boa parte, ao facto de gerar "benefícios eleitoralistas para o PSD-M e para o PS nacional". Para o assunto ficar resolvido, bastaria que se enveredasse pela via da diplomacia e que fosse posto termo ao comportamento do PSD e do Governo Regional, assente em "insultos", e à "teimosia do senhor ministro das Finanças".Sobre o passado, Serrão garante que sempre defendeu a necessidade da revisão da LFRA, de forma a corrigir um erro cometido pelo Governo Regional. O de ter permitido, sem reservas, o uso do critério PIB, sem alertar para o empolamento do indicador, por via da Centro Internacional de Negócios. Depois, ao que afirma, houve uma poderosa máquina de propaganda que colocou o ónus da perda de verbas, "nas costas do PS e do presidente do PS-M". Serrão lembra ainda, que a responsabilidade do PSD e do Governo vai também para a perda de 500 milhões de euros, do actual quadro de apoio da União Europeia, exactamente pelo mesmo motivo. O novo presidente do PS acredita que conseguirá transmitir a realidade aos madeirenses, "através da verdade". Pois, "a mentira dura, enquanto a verdade não chega". Serrão pede aprovação para VictorDepois de umas eleições renhidas, o presidente eleito garante que a "unidade do partido está salvaguardada", o que acontece "em respeito pela vontade do líder (...). A unidade faz-se de forma responsável no interior do partido, construindo uma posição de força, e não de forma avulsa na comunicação social". Para os militantes "o que é mais detestável é a ideia do partido dividido", adverte.Quanto ao facto de Victor Freitas não ter desistido de apresentar uma moção de estratégia global, Jacinto Serrão não se sente incomodado nem enfraquecido. O novo presidente revela mesmo que vai apelar à aprovação do documento daquele que foi o seu adversário na corrida eleitoral. "Ficaria satisfeito se fossem aprovadas as duas.". Serrão explica que se trata de reflexão de militantes, logo deve ser valorizada como tal. Aliás, espera outros contributos e ideias dos participantes no Congresso. Todas servirão de base de trabalho e à estratégia dos outros órgãos do partido, como a Comissão Regional e a Comissão Política. Quanto à eventual continuidade de divisões internas, Serrão afirma que, no que lhe diz respeito, "a disputa entre candidatos acabou no dia 9".Jacinto Serão foi eleito, em eleições directas, nos dias 8 e 9 deste mês. Conseguiu o voto favorável de 658 militantes, contra os 619 de Victor Freitas. É cedo para AlegreJacinto Serrão entende que ainda não é o momento para o PS-Madeira ou ele próprio manifestarem uma posição quanto ao candidato a apoiar à Presidência da República.É um assunto que deve ser analisado nos órgãos do partido, na Madeira e no país, pois deve haver articulação. "Em função dessa reflexão madura e adulta, vai ser tomada uma posição. Só assim se consegue credibilidade". Ontem, Victor Freitas veio a público manifestar o seu apoio à candidatura do socialista Manuel Alegre e dizer que o deveria ser feito pelo PS-Madeira.Listas separadasO novo líder revela que, nos últimos dias tem mantido conversas com o seu ex-adversário interno. Um dos objectivos dos encontros foi o de estudar a possibilidade de haver uma lista conjunta aos vários órgãos do partido a eleger em Congresso. Mas, "tudo indica que haverá listas separadas", revela Jacinto Serrão. No domingo de manhã, os 300 delegados com direito a voto, vão ser chamados a eleger a Comissão Regional, a Comissão Regional de Jurisdição e a Comissão Regional de Fiscalização Económica.Agenda do CongressoNo sábado:9 horas - Credenciação dos delegados e eleição dos órgãos do Congresso;11 horas - Sessão de abertura;12 horas - Apresentação e votação dos relatórios dos órgãos cessantes;13 horas - almoço;15h30 - Apresentação e votação das moções globais.17h45 - Apresentação e votação das alterações aos Estatutos.18 horas - Apresentação, discussão e votação da moção sectorial. No domingo:Das 10 às 11 horas - Eleição dos órgãos do partido;12h30 - Sessão de encerramento.
Élvio Passos

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