As circunstâncias
“eu sou eu e a minha circunstância…”, Ortega y Gasset
Em cada momento da sua vida, o homem precisa de escolher o caminho a percorrer entre as imensas possibilidades de que dispõe. Movido pelo seu próprio projeto moral, ético ou político, o ser humano torna-se responsável pelas suas próprias escolhas.
Se esse homem assume funções de responsabilidade numa organização, deve saber agir em conformidade com o seu projeto, cumprindo um percurso de fidelidade a si mesmo e à organização de que é responsável.
As circunstâncias políticas mudaram no País e, consequentemente na Região, não apenas pelos graves contornos da crise financeira que abala o Mundo e choca uma Europa frágil, desprotegida e dominada por burocratas, mas também pela mudança de Governo na República, após um combate eleitoral que colocou no poder uma coligação do PSD com o CDS.
A escolha de uma candidatura à presidência do Governo Regional por parte do Partido Socialista seguirá os passos necessários no interior da organização, sem cedência a calendários impostos do exterior ou a vontades alheias à estratégia. Entretanto, a vontade do Presidente do Partido já foi expressa. Ela não corresponde a uma demissão do Presidente, como alguns interessados no caos do PS-Madeira desejariam.
O presidente do PS-Madeira continua fiel aos seus valores e ao seu projeto, que sempre passou por encontrar as melhores alternativas para a governação regional. Os madeirenses e porto-santenses não perdoariam uma inflexão da vontade de mudança, nem essa seria nunca a escolha de quem assumiu a liderança de um processo, de acordo com os seus valores e na defesa de uma organização, cujo objetivo é servir o interesse coletivo dos Madeirenses.
É evidente que as circunstâncias políticas alteram-se, mas o objectivo nunca. Daí a necessidade de uma nova estratégia, movida pela convicção de sempre: criar uma alternativa democrática onde madeirenses e porto-santenses se revejam. O Partido Socialista tem de ser capaz de, sem se desviar dos seus princípios, oferecer aos cidadãos, cansados de uma governação que desbaratou meios e oportunidades, a esperança de um futuro melhor para todos. Essa é a grande responsabilidade do PS-Madeira e essa é a maior obrigação dos seus dirigentes e, especificamente, da sua liderança.
Artigo de opinião publicado no DN-M, 22.07.11
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