Apesar de existir uma campanha para
resignar, da minha parte continuo a recusar essa ideia fatalista de que não há
outros caminhos senão este que a coligação de direita PSD/CDS nos está a impor.
Estamos a atravessar um período de grave crise social, económica e
financeira e, infelizmente, este Governo veio confirmar o que eu e o PS-Madeira
tínhamos alertado, ou seja, que, com estas políticas de direita, o Estado
Social e a protecção de direitos conquistados desde o 25 de Abril estão
ameaçados.
Castigar o trabalho para proteger o
capital é a ideia central das políticas deste Governo, isto é, a precariedade
social e laboral está presente em todas as medidas desta governação ideológica.
Tal como disse no artigo de opinião intitulado “Ajuste de contas”, para a
direita, o trabalho tem, apenas, uma função utilitarista; não interessa a
pessoa, não interessa o ser humano, o que interessa é a precariedade social e
laboral para limitar a liberdade dos trabalhadores e tratá-los como se fossem
coisas que se vendem e estão à venda, tornando-os escravos da oligarquia dos
especuladores financeiros.
Quanto à Madeira, o Governo de Pedro
Passos Coelho e Paulo Portas inflige uma dupla austeridade aos madeirenses e
porto-santenses, apesar das promessas dos partidos da coligação, nas campanhas
eleitorais, cujas promessas para ajudar a Madeira a sair da crise mais não
foram do que mentiras reiteradas para caçar votos.
O Orçamento de Estado para 2012 tem a
assinatura dos deputados do PSD-M e do CDS-M, ou seja, uma assinatura que corta
dois vencimentos aos trabalhadores, duas pensões aos reformados, duplica o IVA na
restauração e aumenta todos os impostos, traz mais dificuldades ao CINM com a
tributação das mais-valias, aumenta o custo da electricidade e dos transportes
e, mostrando desprezo pela Autonomia Constitucional, não respeita os
compromissos entre o Estado e a Madeira, nomeadamente no que diz respeito às
transferências financeiras para a Região.
Quanto ao famigerado plano de resgate, em
vez de ideias para sustentar os sectores tradicionais da nossa economia, do turismo
e similares, para travar as falências e o desemprego e para combater empobrecimento
generalizado da população, o Governo Regional vai continuar a entalar os Madeirenses,
com as suas políticas despesistas, explorando os trabalhadores honrados e protegendo
os interesses de uma certa fidalguia que se empanturra à custa dos nossos
impostos.
Artigo de opinião, Jacinto Serrão, publicado DN-M, 22.12.11

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