sábado, 22 de junho de 2013

É só a fingir

Recordo-me com nostalgia do faz-de-conta, nas minhas brincadeiras de criança. Eram brincadeiras de quem se imaginava adulto e que, para tornar as regras do jogo claras, dizia: “é só a fingir”.

Com este interlúdio, aproveito para expressar o meu repúdio por atitudes de altos responsáveis políticos, que assumem a missão de cuidar do bem comum, mas que se limitam a fingir e, ao contrário das crianças, fazem-no cínica e hipocritamente para enganar as pessoas e sacar dividendos partidários e eleitoralistas. É disso exemplo a atitude dos partidos regionais da maioria que governam e asfixam o País, com particular destaque para os malabarismos do CDS-Madeira.
No Orçamento de Estado de 2013 (OE2013), eles fingiram detestar as políticas que esbulham os bolsos dos contribuintes, retiraram apoios sociais aos reformados e pensionistas, aos doentes, aos desempregados e aos pobres. Eles indignaram-se com os ataques à Madeira e à Autonomia, com os ataques fiscais às média e pequenas empresas e aos trabalhadores da função pública. Eles desdobram-se em declarações mediáticas para fingir que nada tinham a ver com os seus próprios partidos, os obreiros do famigerado OE2013.
Para tornar mais dramática a farsa, rasgaram as vestes na Assembleia da República, insuflaram-se e votaram contra o OE2013. Mas a mentira dura enquanto a verdade não chega, por isso, na passada 6ªfeira, eles votaram a favor do Orçamento Retificativo de 2013, que reforça as políticas injustas e erradas anteriores e a fúria no ataque à função pública e ao Estado Social.
Opinião, JS, publicado no Diário, 22.06.13
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/politica/2013-06-22

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