Mais uma vez o inferno das chamas assolou a nossa
Região, semeando o pânico nos residentes que viram as suas casas e os seus bens
ameaçados e, nalguns casos, até destruídos. Mais uma vez a angústia dos
profissionais de auxílio e de milhares de
madeirenses espelha a escassez de meios materiais e humanos e de
condições para combater incêndios de grandes dimensões, como os que se têm
repetido nos últimos anos. Mas uma vez se assiste a certas declarações de dirigentes
políticos e executivos que, por oportunismo político e/ou por hipocrisia,
comentam a situação de forma irresponsável, incoerente e inconsequente.
Em julho de 2012 o país acompanhou com grande
preocupação a vaga de incêndios de enormes proporções que atingiram a Madeira,
causando prejuízos materiais de avultada monta, colocando em risco a segurança
e a vida das populações. Nesse período, muito debate aconteceu sobre a
eficiência, ou a falta dela, da logística no combate aos incêndios na Região. Ainda guardo na memória a teoria da cabala e das desculpas esfarrapadas do
executivo regional, que acabou num "deixa arder", em vez de se terem
acionado todos os mecanismos de alerta a nível nacional.
Consequente e atempadamente, envidei todos os esforços
junto do Governo e do Parlamento para que fossem criadas condições de combate
mais eficazes. As necessidades foram identificadas, mas até hoje os meios e as
condições do combate não se alteraram.
Infelizmente, volvido um ano, voltamos a ser
confrontados com mais incêndios que nos têm deixado em sobressalto constante.
Até quando?
Publicado no Diário, 22.12.13

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