VOTO DE PESAR
PELO
FALECIMENTO DE TOLENTINO DE NÓBREGA
Tolentino
de Nóbrega faleceu na madrugada de terça-feira, 7 de abril de 2015. Uma vida
dedicada ao “jornalismo sem medo”, a uma “admirável resistência” iniciada aos
20 anos no Comércio do Funchal que transita para o Diário de Notícias do
Funchal em 1974. Outros vinte anos de persistência, independência e coragem reconhecida
ontem e hoje por políticos e colegas de profissão.
O
também professor de Geometria Descritiva, licenciado pela Escola Superior de
Artes Plásticas da Madeira, apaixonou-se pelos avanços gráficos e pela equipa
que fundou, em 1990, o jornal Público.
Gostava
de escrever de forma simples, concisa e objetiva. Sem os adjetivos que hoje
qualificam a sua vida. Corajoso, independente, persistente, incansável,
discreto, factual, despojado, resiliente.
Em
2006, foi um dos seis jornalistas condecorados com o grau de Comendador
da Ordem do Infante D. Henrique pelo então Presidente da República, Dr. Jorge
Sampaio.
Em
1998 já havia recebido o Prémio Gazeta. “Sem uma imprensa livre não há
democracia”, disse na ocasião.
Desde
cedo, envolveu-se também na regulação da profissão, tendo sido secretário da
mesa da assembleia geral do Sindicato dos Jornalistas (1985/86) e
vice-presidente da assembleia geral (1996/97), além de membro do conselho geral
do sindicato entre 2002 e 2012. Integrava agora, como suplente,
a lista da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas, função para a qual
já tinha sido eleito, também enquanto suplente, entre 2008 e 2011.
Merecia
o respeito de todos os democratas e amantes da liberdade em circunstâncias
reconhecidamente difíceis. Soube enobrecer a sua função de jornalista.
Tinha
um “heroísmo quixotesco” ou “a capacidade de contar a realidade com tanta
verdade quanto for possível e sem depender da versão oficial que se quer impor
às pessoas” descrevem os amigos e colegas de profissão.
Tolentino
de Nóbrega tinha 62 anos, mais de 40 de jornalismo.
Os
Deputados da Assembleia da República prestam à família enlutada o seu mais
sincero pesar.
Assembleia
da República, 10 de abril, 2015
Deputados,

Sem comentários:
Enviar um comentário