sexta-feira, 10 de abril de 2015

Tolentino Nóbrega


 
VOTO DE PESAR

 
PELO FALECIMENTO DE TOLENTINO DE NÓBREGA

 

Tolentino de Nóbrega faleceu na madrugada de terça-feira, 7 de abril de 2015. Uma vida dedicada ao “jornalismo sem medo”, a uma “admirável resistência” iniciada aos 20 anos no Comércio do Funchal que transita para o Diário de Notícias do Funchal em 1974. Outros vinte anos de persistência, independência e coragem reconhecida ontem e hoje por políticos e colegas de profissão.  

O também professor de Geometria Descritiva, licenciado pela Escola Superior de Artes Plásticas da Madeira, apaixonou-se pelos avanços gráficos e pela equipa que fundou, em 1990, o jornal Público. 

Gostava de escrever de forma simples, concisa e objetiva. Sem os adjetivos que hoje qualificam a sua vida. Corajoso, independente, persistente, incansável, discreto, factual, despojado, resiliente.

Em 2006, foi um dos seis jornalistas condecorados com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique pelo então Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio.

Em 1998 já havia recebido o Prémio Gazeta. “Sem uma imprensa livre não há democracia”, disse na ocasião.

Desde cedo, envolveu-se também na regulação da profissão, tendo sido secretário da mesa da assembleia geral do Sindicato dos Jornalistas (1985/86) e vice-presidente da assembleia geral (1996/97), além de membro do conselho geral do sindicato entre 2002 e 2012. Integrava agora, como suplente, a lista da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas, função para a qual já tinha sido eleito, também enquanto suplente, entre 2008 e 2011.

Merecia o respeito de todos os democratas e amantes da liberdade em circunstâncias reconhecidamente difíceis. Soube enobrecer a sua função de jornalista.

Tinha um “heroísmo quixotesco” ou “a capacidade de contar a realidade com tanta verdade quanto for possível e sem depender da versão oficial que se quer impor às pessoas” descrevem os amigos e colegas de profissão.

Tolentino de Nóbrega tinha 62 anos, mais de 40 de jornalismo.

Os Deputados da Assembleia da República prestam à família enlutada o seu mais sincero pesar.

Assembleia da República, 10 de abril, 2015

Deputados,

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