terça-feira, 30 de junho de 2015

Serrão acusa Governo de vender TAP à pressa

Jacinto Serrão lembra que o “princípio constitucional da continuidade territorial não pode ser esquecido”.

Sandra Cardoso, em Lisboa


 
 
 
“A privatização da TAP não pode ser feita sem que estejam devidamente salvaguardados os interesses da Madeira e dos Açores, com particular atenção para o caso da Madeira que não tem transportes aéreos próprios”. O aviso é feito pelo deputado madeirense do PS na Assembleia da República, Jacinto Serrão, num requerimento ao abrigo do regimento parlamentar, enviado ao Ministro da Economia, com vista a esclarecer o processo de venda da companhia de bandeira.
“O princípio constitucional da continuidade territorial não pode ser esquecido, como também não pode ser esquecida a situação insular e ultraperiférica da Região Autónoma da Madeira, da diáspora madeirense, com particular relevo para a Europa, África do Sul, Venezuela e Brasil”, prossegue no documento. “Portugal tem duas regiões ultraperiféricas (RUP), cujas questões de acessibilidade devem merecer uma atenção especial, por parte dos executivos, nacional e regionais, de modo a que seja garantida a manutenção de ligações regulares e a salvaguarda dos princípios da continuidade territorial e da coesão”, alerta, sobretudo devido “à importância que têm as ligações aéreas para a Madeira e para o seu principal sector económico, o turismo.
Jacinto Serrão não tem dúvidas de que “o Governo do PSD/CDS está a vender a TAP à pressa, sem se saber bem porquê”.  O socialista acusa o Governo da República de envolver este processo numa cortina de dúvidas.  “Não se conhecem quaisquer estudos sobre as implicações desta venda, com vista à salvaguarda dos interesses estratégicos do Estado. Não se conhecem as garantias específicas do caderno de encargos das ligações aéreas às regiões e às comunidades. Não se conhecem as condições contratuais que obrigam o operador privado, escolhido pelo Governo, a garantir as ligações regulares às Regiões Autónomas e às comunidades, bem como as obrigações de garantir todas as necessidades das regiões e os custos acessíveis para os passageiros”, denuncia.  O deputado insular considera “vagas e genéricas” as referências feitas sobre estas matérias no caderno de encargos e face a isto diz que “não estão salvaguardados os requisitos geradores de confiança e tranquilidade para as regiões e suas populações”.

As 3 perguntas de Serrão Governo:
1 - O Governo garante a salvaguarda dos princípios acima referidos, de modo a garantir as suas obrigações constitucionais?
2 - Em que condições concretas o operador privado vai garantir as acessibilidades, tendo presente a regularidade dos voos e os custos para os cidadãos residentes e para o Estado?
3 - Ante a escassa informação sobre o caderno de encargos para o operador escolhido, existe, ou não, informação complementar de modo a garantir as condições acima referidas?

http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/politica/2015-06-30

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