
Tal como um inexperiente na vida política, foi à
espera que as ditas individualidades condescendessem, ante a sua humilhante
prestação: apresentou-se sem um plano, sem ideias e sem propostas,
apresentou-se como um chefe de Governo incompetente que não sabe o que vai
fazer. Foi e regressou sem as prometidas soluções para problemas gerados e
criados, há 37 anos, pelos seus governos de maioria absoluta.
A Madeira está entalada, disse o Presidente do
Governo. Pois, mas para as pessoas de boa fé, não restam dúvidas que foi ele
que entalou a Madeira e os madeirenses
num mar de dívidas e numa crise económica e social sem paralelo na história da
nossa Autonomia.
No entanto, ainda persistem uns tantos tolinhos que,
com desculpas esfarrapadas e mentirosas, procuram desesperadamente fugir às
suas responsabilidades, responsabilidades de quem governa há quase 40 anos.
A nossa Região precisa é de um Governo adulto e
gerador de confiança, junto da população, dos agentes económicos e financeiros,
dos órgãos de soberania e das instituições. A nossa Região precisa é de um Governo
que governe e diga quais são as medidas que vai tomar para resolver os
problemas das dívidas, dos diversos sectores da economia, do desemprego, da
insegurança e os problemas da pobreza. Quais são as medidas? Digam.
Ou vão continuar a entalar os madeirenses, com as suas
políticas despesistas, eleitoralistas e de protecção dos interesses da
fidalguia que se empanturra à mesa do Orçamento Regional?
E, por falar na fidalguia que se enche à custa do
trabalho honrado dos madeirenses e perante o descalabro do sector público
empresarial, a única coisa que lhes veio à cabeça foi a privatização da empresa
de transportes HF, mais um negócio à laia da via Litoral e da via Expresso, que
vai aumentar o preço transportes e cortar nas carreiras, particularmente nas
zonas altas. Ora, é por estas e por outras que a Madeira está entalada. Esses negócios,
que os senhores do regime aprenderam a fazer, têm sido imoralmente lucrativos
para os empresários que os fazem, mas ruinosos para a população.
Jacinto Serrão
Artigo de opinião, publicado no DN-Madeira, 22.11.11
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