terça-feira, 22 de novembro de 2011

Estamos entalados



O Presidente do Governo Regional, de mão estendida em Lisboa, encontrou-se com as mais altas individualidades do Estado, o Presidente da República, a Presidente da Assembleia e o Primeiro Ministro e, mais uma vez, desilude, desilude os madeirenses, particularmente os que acreditaram que ele seria capaz de tirar a Madeira do buraco onde nos meteu, e, certamente, desiludiu as três figuras do Estado com o desnorte do recém-eleito.
Tal como um inexperiente na vida política, foi à espera que as ditas individualidades condescendessem, ante a sua humilhante prestação: apresentou-se sem um plano, sem ideias e sem propostas, apresentou-se como um chefe de Governo incompetente que não sabe o que vai fazer. Foi e regressou sem as prometidas soluções para problemas gerados e criados, há 37 anos, pelos seus governos de maioria absoluta.
A Madeira está entalada, disse o Presidente do Governo. Pois, mas para as pessoas de boa fé, não restam dúvidas que foi ele que entalou a Madeira e os madeirenses num mar de dívidas e numa crise económica e social sem paralelo na história da nossa Autonomia.
No entanto, ainda persistem uns tantos tolinhos que, com desculpas esfarrapadas e mentirosas, procuram desesperadamente fugir às suas responsabilidades, responsabilidades de quem governa há quase 40 anos.
A nossa Região precisa é de um Governo adulto e gerador de confiança, junto da população, dos agentes económicos e financeiros, dos órgãos de soberania e das instituições. A nossa Região precisa é de um Governo que governe e diga quais são as medidas que vai tomar para resolver os problemas das dívidas, dos diversos sectores da economia, do desemprego, da insegurança e os problemas da pobreza. Quais são as medidas? Digam.
Ou vão continuar a entalar os madeirenses, com as suas políticas despesistas, eleitoralistas e de protecção dos interesses da fidalguia que se empanturra à mesa do Orçamento Regional?
E, por falar na fidalguia que se enche à custa do trabalho honrado dos madeirenses e perante o descalabro do sector público empresarial, a única coisa que lhes veio à cabeça foi a privatização da empresa de transportes HF, mais um negócio à laia da via Litoral e da via Expresso, que vai aumentar o preço transportes e cortar nas carreiras, particularmente nas zonas altas. Ora, é por estas e por outras que a Madeira está entalada. Esses negócios, que os senhores do regime aprenderam a fazer, têm sido imoralmente lucrativos para os empresários que os fazem, mas ruinosos para a população.  

Jacinto Serrão

Artigo de opinião, publicado no DN-Madeira, 22.11.11


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