segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Privatização da TAP e a prova dos 9 para os deputados da Madeira




O Governo avançou imprudentemente, sem estudos e sem garantias, com o processo de privatização da TAP, deixando um rasto de dúvidas na opinião pública. Os governantes já escolheram o comprador (colombiano), mas não se conhece o caderno de encargos, tratando-se de um modelo muito esquisito, que mais parece um fato à medida.

Ora, as privatizações devem de ser objeto de total rigor e de transparência. A TAP não pertence a um qualquer Governo; pertence aos portugueses e é um referencial vital para a Pátria portuguesa, para a diáspora e para o desenvolvimento económico.
Ademais, Portugal tem duas regiões insulares e não pode, por dever patriótico, deixar os direitos de cidadania e os princípios da coesão e da continuidade territorial ao sabor dos mercados e dos interesses dos privados.

Neste sentido, o PS entende que não estão reunidas as condições mínimas de transparência e apresentou um projeto de resolução na Assembleia República para suspender o processo, até que o Governo garantisse o interesse nacional, mas o PSD e o CDS votaram contra.

Quanto a nós, madeirenses, sem estas garantias do Estado, corremos sérios riscos de um maior isolamento. Aliás, estas preocupações têm andado no discurso dos dirigentes partidários que, nalguns casos, se revelam manifestamente cínicos e “do faz de conta”, bastando a votação na AR para tirar prova dos 9. Ou seja, os deputados do PSD e do CDS eleitos pela Madeira que dizem - para madeirense ouvir - que estão muito preocupados com o processo de privatização, desconfiando do Governo de Passos e de Portas, na hora da verdade votaram contra a proposta de salvaguarda apresentada pelo PS.
Jacinto Serrão, Diário de Notícias, 22.10.12

http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/politica/2012-10-22

Sem comentários:

Enviar um comentário

Pesquisar neste blogue