quinta-feira, 26 de junho de 2014

Aqui há gato


A Lei de Meios, assumida pelo Governo do PS para acudir a Madeira aquando da tragédia de 20 de fevereiro de 2010, fixa o regime excecional dos meios financeiros extraordinários de que dispõe a Região Autónoma da Madeira (RAM) para, num quadro de cooperação entre o Governo da República e o Governo Regional, e perante uma situação de emergência nacional, proceder à reconstrução das zonas afetadas pelo temporal que ocorreu na Região. Infelizmente, volvidos estes anos, muito está por cumprir.

A Lei de Meios prevê a comparticipação do Governo, num valor total de 740 milhões de euros, distribuído em várias rúbricas, umas das quais através de uma Linha de Crédito junto do Banco Europeu de Investimentos (BEI), assegurada pelo Governo em benefício da RAM, no montante de 250 milhões de euros, com um limite de 62,5 milhões de euros/ano, entre 2010 e 2013.

No ano de 2010 a RAM solicitou a libertação da tranche de 62,5 milhões de euros. Contudo, por este montante não ter sido executado na totalidade, a RAM não terá solicitado a libertação das tranches previstas para os anos seguintes. Continua ainda por esclarecer que motivos levaram a RAM a não executar a 1ª tranche na totalidade, e consequentemente a não solicitar a libertação das tranches seguintes, relativas aos anos de 2011 a 2013, no valor total de 187,5 milhões de euros. Portanto, é caso para dizer que aqui há gato escondido com o rabo de fora e a nebulosa em torno da má utilização dos meios disponibilizados para acudir às vítimas da tragédia persiste de forma incompreensível.

Não se sabe qual foi execução da 1ª tranche disponibilizada, qual é o ponto da situação em relação às tranches em falta e quais as razões deste atraso e de quem é a responsabilidade direta neste processo em falta, se do Governo da República ou do Governo Regional.

Jacinto serrão: artigo publicado  no Diário, 22.06.14
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/455070-aqui-ha-gato

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