Aqui gritam aos quatro ventos que
estão contra o incumprimento da Lei de Finanças e da Lei de Meios e lá
aplaudem o executivo.
Aqui estão contra o Plano de
resgate e a anulação do diferencial fiscal, o qual é essencial para fazer face
aos custos de insularidade, mas lá aprovam-no.
Aqui estão contra o aumento do
IVA para a restauração, lá votam a favor e aumentam o IVA para a taxa máxima.
Ora, estas manifestações de
cinismo são caminhos abertos à descredibilização da política e dos políticos,
particularmente dos partidos histórica e ideologicamente responsáveis e
fundadores do regime democrático. São, também, perigosos caminhos abertos para
os vendilhões de banha-de-cobra que se apresentam às eleições como pseudo
independentes e com pseudo partidos ou com pseudo movimentos.
Por isso, renovo, pela enésima
vez, o apelo aos dirigentes dos partidos fundadores do regime democrático, essenciais
para a estabilidade social e económica do Estado e das Regiões, que assumam com
coragem o discurso da verdade e, humildemente, os erros de uma governação de
Direita sem sensibilidade social. A propósito, os dirigentes regionais do PSD e
do CDS, por mais que tentem, não conseguem esconder o que está à vista de
todos: uma governação caótica e desastrosa, para o País e em dobro na Madeira,
com a imposição de uma dupla austeridade.
Não vale a pena disfarçar e
assobiar para o ar perante o caos na saúde, na educação e na justiça que está à
vista de todos. Os resultados não conseguem esconder, também, o desastre social
que gerou um gigantesco exército de desempregados, de emigrantes e de pobres.
Artigo publicado no Diário, 22.03.15
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/506058-duas-caras#comment-601542
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/506058-duas-caras#comment-601542
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