domingo, 22 de março de 2015

Duas caras

Ao ouvir os discursos dos dirigentes regionais do PSD e do CDS até parece que pertencem a partidos da oposição ao Governo. Fazem o discurso de duas caras: uma aqui (na Madeira) a criticar o Governo e outra lá (em Lisboa) a viabilizar todas as suas políticas.

Aqui gritam aos quatro ventos que estão contra o incumprimento da Lei de Finanças e da Lei de Meios e lá aplaudem o executivo.

Aqui estão contra o Plano de resgate e a anulação do diferencial fiscal, o qual é essencial para fazer face aos custos de insularidade, mas lá  aprovam-no.

Aqui estão contra o aumento do IVA para a restauração, lá votam a favor e aumentam o IVA para a taxa máxima.

Ora, estas manifestações de cinismo são caminhos abertos à descredibilização da política e dos políticos, particularmente dos partidos histórica e ideologicamente responsáveis e fundadores do regime democrático. São, também, perigosos caminhos abertos para os vendilhões de banha-de-cobra que se apresentam às eleições como pseudo independentes e com pseudo partidos ou com pseudo movimentos.

Por isso, renovo, pela enésima vez, o apelo aos dirigentes dos partidos fundadores do regime democrático, essenciais para a estabilidade social e económica do Estado e das Regiões, que assumam com coragem o discurso da verdade e, humildemente, os erros de uma governação de Direita sem sensibilidade social. A propósito, os dirigentes regionais do PSD e do CDS, por mais que tentem, não conseguem esconder o que está à vista de todos: uma governação caótica e desastrosa, para o País e em dobro na Madeira, com a imposição de uma dupla austeridade. 

Não vale a pena disfarçar e assobiar para o ar perante o caos na saúde, na educação e na justiça que está à vista de todos. Os resultados não conseguem esconder, também, o desastre social que gerou um gigantesco exército de desempregados, de emigrantes e de pobres.

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