sexta-feira, 1 de março de 2013

PIB rico, poder de compra pobre



Às vezes pergunto-me se a política apenas serve para certas jogadas de bastidores e de conquista de Poder, para saciar os apetites de clientelas que nela se estribam para viverem à custa dos recursos comuns.

Nem vale a pena voltar a referir os exemplos, sobejamente conhecidos, dos que foram para o Poder sem nunca terem exercido uma profissão, sem nunca conhecerem a dura realidade do trabalho.

Alguns desses apresentam-se milionários, ao fim de poucos anos de Poder, e como agentes de sucesso, de um sucesso que, salvo raras exceções, se deve ao tráfico de influências e de vigarices feitas à custa desse Poder e dos recursos de todos os contribuintes.

O resultado está à vista! A Região está hipotecada e a Autonomia está moribunda. Hoje, julgo que quase todos já compreenderam que os abundantes recursos financeiros, os recursos quase ilimitados que caíam do céu, não serviram para promover o desenvolvimento e para desenvolver políticas solidárias e geradoras de uma justa distribuição da riqueza.

Temos o PIB (a riqueza) mais elevado do País, mas temos o poder de compra (por pessoa) mais pobre do País e da Europa. Temos a maior taxa de desemprego e de falências, as mais elevadas taxas de abandono e insucesso escolar, a pior qualificação profissional e os setores económicos enfraquecidos, sem capacidade de enfrentarem os desafios. Moral da história: eles, poucos, muito poucos, concentraram a riqueza nas suas algibeiras e ao povo foram distribuídas algumas migalhas.

Mas, pior ainda, se olhamos para os discursos de hoje, nomeadamente dos partidos do Poder, verificamos que continuam a fazer um jogo hipócrita e irresponsável. Deste modo, não criam as condições para a mudança de políticas, para que o Poder executivo, quer camarário, quer regional, cumpra a função de servir o interesse público, para o qual é mandatado.

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