Dez deputados ocuparam 6 lugares

Dez madeirenses passaram por São Bento. só José Manuel Rodrigues pode repetir

Dez deputados representaram a Madeira na Legislatura que agora termina. O PS começou por se apresentar com Rui Caetano, que preferiu a escola e foi substituído dois meses depois por Isabel Sena Lino, entretanto falecida, que deu lugar a Jacinto Serrão, depois de este perder o lugar de líder do PS para Victor Freitas. Mas a dança de cadeiras não ficou por aqui. O líder do CDS, José Manuel Rodrigues, queria o CDS a votar contra o Orçamento de Estado do Governo, mas preferiu mandar Rui Barreto fazer esse trabalho. Voltou à Madeira para o seu lugar no parlamento regional, ainda se candidatou à Câmara do Funchal e agora é o único que pode ser repetente em São Bento, já que volta a encabeçar a lista centrista insular a Lisboa, em Outubro.
Irrevogável, mas pouco
No PSD, Alberto João Jardim ainda disse que queria experimentar o lugar que foi sempre seu, mas que nunca ocupou. Não foi para Lisboa, porque era difícil sustentar duas casas, disse. Quem teve oportunidade de experimentar São Bento foi Francisco Gomes, que substituiu Cláudia Monteiro de Aguiar, que entretanto se mudou para Bruxelas. Ainda foi a tempo de viver um processo disciplinar, já que acompanhou os veteranos Correia de Jesus, Guilherme Silva e Hugo Velosa no voto contra ao Orçamento de 2015. Não lhes aconteceu nada, porém. O processo parece ter ido para as calendas, mas há quem diga que nenhum volta a Lisboa por causa disso.
Mas voltemos atrás. Começa tudo em 2011. Com uma aliança pós-eleitoral entre Passos Coelho e Paulo Portas. Foi a primeira vez que a Assembleia foi presidida por uma mulher, Assunção Esteves, mas as coisas começaram com um convite ao independente Fernando Nobre para o lugar, que os deputados da maioria rejeitaram.  Foi uma Legislatura irrevogavelmente longa. Quase tanto com as frases do então ministro das Finanças Vítor Gaspar. O Governo tremeu mais do que uma vez, mas irrevogavelmente manteve-se.
Constituição e acidente
Sobre a Madeira? Houve de tudo um pouco. O voto contra de Rui Barreto. Quem não se lembra da gravata verde e da pele pálida nas televisões nacionais e a frase de que a Madeira primeiro? Foi suspenso. Mas depois houve Lei de Finanças das Regiões Autónomas. E mais ameaças de voto contra dos deputados da maioria da Madeira (aliás chegaram a fazê-lo na generalidade, assim como o PSD-Açores), mas o empréstimo de 1100 milhões com aval do Estado salvou tudo. Até ao Orçamento de 2015, onde depois de tanto ameaçar (a história repetiu-se ao longo dos anos),  os senadores do PSD-M decidiram votar contra o documento, surpreendendo a bancada. Luís Montenegro, líder parlamentar, pedi cabeças e até queria que Guilherme Silva se demitisse de vice-presidente da Assembleia, mas este não o fez.
Os mesmos deputados apresentaram ainda um projecto de revisão da Constituição, que acabou na gaveta sem discussão. Era a eterna ideia de Jardim posta em prática em palco próprio. Ficaram a falar sozinhos, já que só Rui Barreto deu resposta com outro projecto constitucional.
Nem só de política vive a Assembleia da República que aprovou por unanimidade um voto de pesar por Sena Lino e aplaudiu depois o regresso de Jacinto Serrão ao hemiciclo depois de ter estado hospitalizado na sequência de um grave acidente de mota, que lhe deixou algumas sequelas.
Serrão destaca-se
Na análise da estatística, Serrão destaca-se. Foi o mais interventivo e perguntador nas questões da Madeira (as outras ficaram de fora). Apesar de ter estado ausente por doença, acaba por ser dos mais assíduos.
Barreto também fez inúmeras perguntas ao Governo do seu partido. O Jornal da Madeira, o Plano de Ajustamento Económico e Financeira, a Zona Franca da Madeira foram dos temas que mais dúvidas suscitaram aos deputados.
Correia de Jesus é o mais viajado, por isso é o que tem mais faltas, uma vez que entram na contabilidade as missões internacionais.


Fonte: http://www.dnoticias.pt/impressa/diario