Político motard
Sandra Cardoso
Fora dos parlamentos, Jacinto Serrão é um apaixonado pelas duas rodas.'Tem estado meia abandonada', confessa Jacinto Serrão, que pretende aproveitar as férias parlamentares para lhe dar o uso que merece. A mota é uma grande companhia e o caminho para a liberdade. 'De carro sinto-me aprisionado', confessa à MAIS. E prossegue: 'A mota do ponto de vista ideológico permite-nos essa sensação de espírito livre, obtida pelo percorrer quilómetros equilibrado em duas rodas'.
A paixão é antiga. Começou aos 16 anos e desde então o ex-líder do PS-M já teve vários modelos. As preferidas são as que permitem sair das estradas convencionais para caminhos de acesso difícil, no meio de floresta densa e com fauna como companhia. 'Adoro andar nos montes', confessa.
Longe vão os tempos em que ia de mota para todo o lado. Nessa altura, muitos dos seus alunos surpreendiam-se com o transporte 'radical' do professor de Física. Também era assíduo nas 'voltas à ilha' em romarias motards. Mas a entrada na vida política e as contingências diárias obrigaram a que a companheira de duas rodas ficasse cada vez mais em segundo plano, a ganhar pó na garagem. Ainda assim, Jacinto Serrão sempre fez 'orelhas moucas' às vozes conselheiras que recomendavam a venda. Ainda que reconheça que o 'vício' fica caro. 'Ainda agora paguei 112 euros de seguro de um veículo que, bem vistas as coisas, está mais parado', contabiliza. 'É um bem de luxo', remata.
É ainda assim um amor incondicional que pretende cultivar este Verão. Idas à praia na Ponta do Sol e passeios à serra estão na lista de prioridades a cumprir em duas rodas. O político rejeita qualquer estigma, uma vez que - sustenta - a má fama dos amantes de motas deve-se ao 'comportamento negligente de alguns', que não se inibem de 'fazer cavalos e exibições perigosas nas praça pública, pondo em causa a própria vida e a de terceiros'. O socialista demarca-se desse comportamento. Para o deputado do PS na Assembleia da República, a mota é tão segura como o carro. Exige mais atenção. 'É óbvio que um acidente de mota tendencialmente causa mais danos, sobretudo se for a grande velocidade', sustenta. No entanto, atesta: 'Procuro respeitar as regras da estrada'. E termina com uma lista de vantagens: 'É mais prático, fácil de estacionar, mais barato e menos poluente'.
http://www.dnoticias.pt/impressa/revista/193724/196043-fora-de-servico
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