
Eu também depositei muitas esperanças nesta cimeira, mas as políticas da ganância e da ignorância e do controlo de poder têm mais força do que a força da razão que clama pela salvação desta vida neste pequeno Planeta, pedido na imensidão do Universo.
Subscrevo esta notíca:
DN-Globo: O Pai Natal não é dinamarquês. Será mexicano?
por JOÃO CÉU E SILVA
Os dois anos de intensa preparação da Conferência de Copenhaga indiciavam - quase claramente - que o planeta iria receber pelo Natal o acordo que precisava de ter no sapatinho antes do fim do ano 2009. A razão é simples. Dizem os cientistas que a geração que habita o globo é a última a poder alterar o rumo do aquecimento global pelos seus próprios meios. Por isso, a sociedade civil acordou para o problema e pressionou os políticos de todo o mundo para que houvesse uma acção concertada por parte de 193 países em Copenhaga, na COP15. Era a solução, depois das negociações em Bali há dois anos, e a poucos anos de estar esgotado o prazo do acordo em vigor desde 1997, o Protocolo de Quioto.
São as Nações Unidas que promovem as COP e o entendimento entre os governos e as ONG de todo mundo. Como têm um modelo de consenso do século passado ainda em vigor, quando a situação explode, dizem placidamente que com a ONU têm de acontecer soluções fruto de entendimento de todas as partes. E, deste modo, reúnem milhares de pessoas de todo o mundo em vários plenários, permitindo que delegações com interesses e conhecimentos díspares se digladiem durante dias em mini-comícios de questões comezinhas quando comparadas com o colapso do planeta.
Era preciso em Copenhaga ter-se estabelecido um acordo com metas quantificadas, financiamento definido e redução de emissões fixadas. O trabalho preparatório foi todo deitado para o caixote do lixo por culpa de uma ONU ineficaz, uma presidência dinamarquesa incapaz, uma União Europeia sem gás e uma supremacia geopolítica que opõe as duas potências mundiais - a China e os EUA.
Ninguém podia perder a face. Os dois grandes não a perderam em Copenhaga, os outros bem podem enfarruscar o rosto em poeira das chaminés das fábricas para não serem reconhecidos quando voltarem aos seus países de mãos vazias. Esperemos que em 2010 o planeta ainda esteja a tempo de saber se o Pai Natal é mexicano e dá ao mundo o presente mais simples da actualidade: futuro.
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