segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O XIV Congresso

Estou satisfeito com o trabalho dos delegados. A avaliar pelo conteúdo da esmagadora das intervenções, nós demos um sinal de maturidade política e de um partido com cultura de poder.
E, como Presidente do PS-Madeira, quero agradecer participação dos dellegados no XIV Congresso. Com os contributos ficamos com uma boa base de trabalho pata os próximos tempos
para afirmar o PS-M com visão de futuro, com cultura de poder, com políticas alternativas e soluções para os problemas.


DN-Madeira:
Unidade quase limitada ao desejo de união
"Se me quiserem criticar têm o meu telemóvel (...). não vão para a comunicação"
Data: 24-01-2010 Comentários: 1


União e unidade foram das palavras mais ouvidas no primeiro dia do XIV Congresso Regional do PS-Madeira. Mas união e unidade viram-se poucas no CS Madeira, onde o encontro está a acontecer. Além das intervenções de Jacinto Serrão e Victor Freitas, com directas e indirectas de um ao outro, estiveram divididos os congressistas nas manifestações de apoio ao que ia sendo dito. Até na Mesa, eleita por método de Hondt, notava-se que raramente havia manifestações no mesmo sentido. Ora quatro batiam palmas e os outros quatro ficavam a olhar, ora acontecia o contrário. Quando Jacinto Serrão entrou em direcção à Mesa, foi aplaudido de pé... por alguns. Outros ficaram sentados, outros ainda nem aplaudiram o novo líder. A divisão foi também receio dos congressistas, claramente notada nas conversas com eles estabelecidas. Todos diziam esperar que o partido saia unido hoje à tarde, mas poucos afirmaram acreditar que isso venha a acontecer. Mesmo assim, houve alguns sinais de união. Foi possível um acordo para a Comissão de Honra. Houve unidade nos discursos de que é preciso unidade. Houve unidade e quase unanimidade total na aprovação das alterações aos estatutos, propostas por Victor Freitas. Houve unidade nos apelos de Jacinto Serrão e de Victor Freitas à aprovação das duas moções de estratégia global. Houve ainda unidade na atribuição de culpas internas para o estado actual do PS. Unidade também nas acusações políticas ao PSD e nas culpas atribuídas a uma comunicação social hostil. As moções globaisJacinto Serrão assumiu que ia falar pouco da moção. Começou por garantir que "as disputas acabaram no dia 9 de Janeiro" e que vai tudo fazer para que haja unidade. Apelou à participação interna e prometeu criar condições para isso acontecer. "Os militantes não terão alibi, necessidade, de ir para a comunicação social dizer o que devem dizer no interior do partido". Foi a primeira de muitas vezes que falou da comunicação social. Mais tarde uma (in)directa para Victor Freitas. "Muita gente diz que a unidade não se faz com palavras, mas actos. Eu concordo com isso." Ainda sobre as divisões internas, afirmou não ter medo das críticas. "Mas se me quiserem criticar têm o meu telemóvel, dirigem-se a mim e façam-no olhos nos olhos e não vão para a comunicação social". Só depois falou da moção e do que pretende, em concreto, como a criação do gabinete de apoio às estruturas de base e autarcas e a reactivação do Conselho Consultivo. Referiu-se aos temas da educação, do modelo de desenvolvimento económico, da pobreza, da saúde e da gestão e o papel do sector público. Victor Freitas, ao contrário de Serrão, prometeu falar da sua moção, mas acabou por fazer o mesmo tipo de abordagem, ainda que seguindo a estrutura do documento que apresentou ao Congresso: partido e sociedade; novo modelo de desenvolvimento; e regime democrático.O ex-candidato a líder deixou dois desafios ao novo líder: "Em 2011, recuperar os resultados de 2007, alcançados sob a sua liderança" e "faça a unidade".Só que, não uma unidade a qualquer preço. "A unidade é importante, mas não feita a qualquer custo, nem com a exclusão dos que nos apoiaram". Victor Freitas acusou os adversários internos de andarem a contactar os delegados eleitos nas suas listas para mudarem de posição. "Quero uma unidade de diálogo, não de exclusão.". Freitas disse que o partido tem andado num discurso de ziguezague que beneficia os adversários. Pediu ainda ao partido que não ande a reboque de ninguém e que parta para um trabalho conducente a uma proposta própria de Lei de Finanças das Regiões Autónomas. Quotas pagas continuam a dar que falarContestado por vários militantes socialistas, o pagamento de quotas nas directas do início do mês foi um dos temas fracturantes, durante o congresso de ontem.Pela voz do militante Miguel Fonseca chegou mesmo a defesa da instituição de um valor residual, mas foi Jaime Leandro quem proferiu as críticas mais duras, chegando ao ponto de falar em "arruaceiradas nas mesas de voto".As palavras do deputado socialista não agradaram ao ex-candidato do partido à Câmara de Câmara de Lobos. Carlos Gonçalves aproveitou a sua intervenção, no período de discussão das moções globais, para questionar Jaime Leandro sobre "o que fez na caixa multibanco junto à sede do PS de Câmara de Lobos", em tempo de eleições para a liderança socialista. A intervenção de Carlos Gonçalves valeu-lhe, posteriormente e à margem do congresso, duras críticas por parte de alguns militantes câmara-lobenses. O próprio Jaime Leandro trocou algumas palavras com o professor que tentou depois minimizar o episódio. Rancores travam um PS-M desesperado por consensoCento e vinte e uma referências à palavra unidade - contas anunciadas ao microfone por um militante - não bastaram para convencer todos os que assistiram, ontem, ao primeiro dia de trabalhos do XIV Congresso do PS-M. O resultado foram trocas de acusações, vaias e muitos apelos à conformidade de esforços. Diz o ditado popular que, depois da tempestade, vem a bonança, mas, apesar de previsível, o resultado final da reunião de ontem - a votação por unanimidade das moções globais de Jacinto Serrão e de Victor Freitas (ver página 16) - fez muita gente suspirar de alívio."Gostaria de perguntar aos dois - ao Jacinto e ao Victor - se estão disponíveis para que votemos este livro que abarca as duas moções". Ao final de um dia de trabalhos, a frase de Bernardo Trindade, presidente da mesa, acabou por ser um dos grandes momentos do congresso do PS. Antes, porém, do sim unânime às propostas dos candidato derrotado e do líder dos socialistas madeirenses, a fragmentação partidária foi uma constante. Terceiro a tomar a palavra entre 30 inscritos para o período de discussão e aprovação das duas moções políticas globais, Góis Mendonça, ex-líder da Câmara do Porto Santo, ainda pediu a Victor Freitas e a Jacinto Serrão uma última tentativa para a apresentação a uma lista única. O que se seguiu, contudo, foi uma série de intervenções nada ajustadas à mensagem de unidade. Da parte do presidente da Comissão de Jurisdição, ficaram acusações sérias de "falsificação de boletins" nas directas do PS-M e de aliciamento de delegados. Eduardo Covas referiu-se mesmo à existência de "sacos azuis" e criticou fortemente alguns militantes por terem alegadamente vendido o seu voto "em troca de uma sopa". Não se pode dizer que o primeiro dia de congresso do PS tenha tido momentos mortos. A ironia e a troca de acusações foram, de facto, uma 'presença assídua', com a estrutura a revelar uma grande dificuldade em esquecer o passado e a ultrapassar certos 'rancores'. Da forma como o partido vem conduzido a negociação da Lei das Finanças, à retirada de confiança a Jaime Leandro e a Victor Freitas até as querelas nas directas, tudo serviu de pretexto para o combate interno. Jaime Leandro veio a público protestar contra o processo eleitoral e não esqueceu a entrevista de Gouveia, um depoimento que classificou de "uma vergonha de fazer corar". Na resposta, Guido Gomes, líder da concelhia do Funchal, acusou-o de se preocupar apenas com o ordenado e acabou por ser vaiado, num protesto veemente da audiência. No PS-M, conforme vincou Rui Caetano, não há santos. O que falta "às estrelas do partido" pode até ser tão simples, lembrou o militante António Castanha, como descerem à terra "para ouvirem o povo". Irmã de Victor Freitas desafia Almeida SantosFátima Freitas surpreendeu, ontem, ao desafiar Almeida Santos a partilhar com os madeirenses quem foi o cirurgião que lhe tratou das mãos depois de ter posto as mãos no fogo por Jardim. O presidente honorário do PS participa hoje no encerramento do Congresso do PS. Em jeito de ironia, a jovem socialista recordou as declarações de Almeida Santos nas vésperas das regionais de 2007:"Não ponho as mãos no fogo por todos, mas por ele [Jardim sim]". Porto Moniz dá cem militantesÉ o que pode ser chamado um presente para o novo líder do PS-Madeira. Hoje são entregues a Jacinto Serrão cerca de uma centena de pedidos de adesão ao partido, todas eles vindos do concelho do Porto Moniz. Emanuel Câmara é um desses novos militantes e tem a companhia, por exemplos, dos presidentes das Juntas de Freguesia das Achadas da Cruz e do Porto Moniz.Câmara, vereador na autarquia porto-monizense diz que a ideia é ganhar força no partido. Fazer corresponder no interior do PS a realidade do terreno, mas com o objectivo de "credibilizar", vinca Emanuel Câmara. O vereador diz que, "depois de muitos anos como independente, chegou a altura de dar a cara".É um reforço das bases do partido, no que quase poderia ser entendido como uma resposta aos apelos e intenções que os dois principal protagonistas dos últimos tempos no PS, manifestaram no Congresso.Serrão anunciou a criação do Gabinete de apoio aos militantes de base e aos autarcas. A ideia é valorizar o trabalho de todos eles. "Procuraremos mobilizar todos os militantes", garantiu o novo líder. Victor Freitas, na mesma linha, enalteceu-os e atribuiu-lhes um valor acrescentado no interior do partido.O candidato a líder derrotado lembrou também que é necessário cativar independentes para o partido, mas não apenas para conquistar mais uns votos. "É preciso trazer independentes para o PS e não os hostilizar quando estão no partido". Órgãos do Congresso em duas listasA eleição para a Mesa contou com duas listas, assim como para a verificação de poderes.No primeiro caso, a lista A (Serrão) elegeu 4 elementos (116 votos) e a B (Victor Freitas) outros 4. A Mesa está a ser presidida por Bernardo Trindade. A de verificação ficou 3 (lista A) e 2 (lista B). Mesa de Honra por unanimidadePara a eleição da Mesa de Honra houve unidade de listas, resultante de um acordo entre Victor Freitas e Jacinto Serrão. Houve 168 votos a favor, 48 brancos e dois nulos. Fazem parte daquele órgão do Congresso: Emanuel Jardim Fernandes; Mota Torres; Góis Mendonça; António Loja; e Rosa Canha. PSD em vez de PS trama Pedro FontesO representante do PAICV fez uma intervenção que acabou por ficar marcada pelas gafes. Insistentemente disse PSD, quando se referia ao PS. Pedro Fontes disse que o PAICV também teve derrotas, mas conseguiu vitórias. E disponibilizou: "Podemos vir até à Madeira ajudar no combate ao dito cujo". Eduardo Cova diz-se incompreendidoO presidente da Comissão de Jurisdição diz-se "alvo de incompreensões", que, apesar de "aceites nos contextos inseridos", não deixam espaço às "animosidades". Criticou também a Comissão Nacional de Jurisdição por entravar os processos da Madeira: Mulheres socialistas e expulsões de faltosos graves. Hélder Silva chama líder a Victor FreitasO líder parlamentar do PS-A trouxe uma palavra de incentivo ao PS-M. Incentivou o novo líder e Victor Freitas que está "à frente do grupo parlamentar", disse. Há quase um ano que Freitas não é líder parlamentar. Depois dele foram André Escórcio e João Carlos Gouveia. Não foram notados no PS-Açores. Francisco Dias em vez de GouveiaCoube a Francisco dias apresentar o relatório da actividade do Secretariado, um documento assinado por João Carlos Gouveia. Na discussão do relatório intervieram Rui Caetano, André Escórcio e Ricardo Freitas. Este criticou o PS por manter silêncio no caso do afastamento de Victor da Assembleia Legislativa. Gouveia põe lugar à disposiçãoComo vem sendo tradição no PS-M, após os congresso regionais, João Carlos Gouveia vai pôr o seu lugar, de presidente do grupo parlamentar, à disposição dos novos órgãos do partido. Isso mesmo confirmou ao DIÁRIO. Será na primeira reunião da nova Comissão Política, a sair da Comissão Regional. Site de desactualizado a "em construção"O site do PS tem estado quase sempre desactualizado, com uma ligeira excepção ao período de eleições. Ontem, o site deixou de estar desactualizado e passou simplesmente a não existir. Em www.psmadeira.com apenas existia um boneco e a informação "PS - site em manutenção". Summer Time só para alguns congressistasA informação de Bernardo Trindade foi clara. Para almoçar havia que sair do hotel, virar à esquerda e ir até ao Summer Time. Uns 5 minutos a pé. O problema é que o Summer Time não chegou para todos. Houve congressistas a queixarem-se, alegadamente por não terem tido comida. Militantes de BaseAurora de Jesus, Câmara de LobosEstou gostando muito dos trabalhos e espero que o partido se entenda e que vá para a frente. Espero que o partido saia mais unido do que tem estado. José António Nunes, Santa CruzHá condições para o partido sair unido. Basta que as pessoas se entendam. Mas só elas é que sabem se querem unir-se ou não. Deixo um apelo a essa unidade, se não é a morte do PS.
Élvio Passos e Patrícia Gaspar

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