segunda-feira, 16 de julho de 2012

Serrão obriga Gaspar a falar do Jornal da Madeira


Serrão obriga Gaspar a falar do Jornal da Madeira
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Deputado vai apresentar dez questões na Assembleia da República. FOTO STEVEN GOVERNO/GLOBAL IMAGENS

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O PS quer que o ministro das Finanças explique qual é a justificação financeira para a manutenção do Jornal da Madeira (JM), que depende de verbas públicas, à luz do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) em vigor na Madeira.
Ao todo são dez questões do ponto de vista económico-financeiro que o grupo parlamentar socialista na Assembleia da República, por iniciativa do deputado madeirense Jacinto Serrão, quer que o Ministério das Finanças clarifique. No requerimento entregue anteontem ao abrigo do regimento parlamentar, os socialistas perguntam ao gabinete de Vítor Gaspar o que é que está exactamente no programa para o JM, uma vez que no relatório de contas da empresa de 2011 está patente o compromisso com o PAEF.
"Está o JM sujeito às mesmas regras impostas ao sector empresarial do Estado na Região (SERAM)?", interrogam os socialistas, que querem ainda saber  qual o cabimento do Governo para manter uma empresa que à luz dos números está totalmente falida. "Como é possível justificar suprimentos do Estado a uma empresa como o JM?", perguntam ainda. E insistem em que fique claro como é que a aplicação do PAEF está a ser monitorizada no que toca a esta empresa, cujo accionista maioritário é o Governo Regional.
Serrão lembra histórico
No documento, Jacinto Serrão faz ainda um enquadramento detalhado desta questão, nomeadamente o passivo de 42 milhões da empresa, no sentido de apresentar razões que justificam um esclarecimento cabal da situação. "Os problemas associados ao JM são por demais conhecidos, mesmo a nível internacional", frisa. "Para além da deliberação 5/PLU-I/2010 emanada pela ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social] - que concluiu que a Região, através do seu órgão executivo, punha em risco objectivo e grave a preservação de um quadro pluralista no subsector da imprensa diária- a World Association of Newspapers News Publishers (WAN-IFRA), associação mundial de jornais e editores de notícias, endereçou em Junho de 2012 um ofício ao Presidente da República no qual exprime a sua preocupação relativamente ao abuso deliberado dos fundos estatais na imprensa pelo Governo Regional", recorda. "Nesta comunicação, a WAN-IFRA, para além de considerar que a actividade do Jornal da Madeira constitui 'dumping' e é um meio ilegal de propaganda oficial do PSD-Madeira, exprime surpresa pelo facto de o Orçamento da Regional para 2012 inscreva uma verba de cinco milhões para a empresa", sublinha ainda.
PSD e CDS contra
Jacinto Serrão colocou a questão a semana passada ao ministro da tutela, Miguel Relvas, do ponto de vista das questões de pluralismo. O governante revelou que ao JM também se deve exigir rigor. " Não tenho dúvidas nenhumas em afirmar que nessa matéria a exigência e o rigor devem ser iguais para todo o território nacional, independentemente de quem governa, onde governa e como governa. Nesta matéria não tenho estados de alma partidários, são questões de princípio.", afirmou, sem mais esclarecimentos. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, se mostrou contra a propriedade de jornais por parte de Governos. "Não é o meu modelo", afirmou, remetendo, contudo, uma resolução para o problema para os madeirenses nas urnas.
O executivo de Passos Coelho prometeu legislação em breve sobre a matéria. Desde essa promessa já passaram mais de seis meses.
5 milhões
De acordo com o Diário da República de 30 de Março deste ano, o Governo Regional, através da Secretaria dos Assuntos Sociais, vai desviar para o Jornal da Madeira este ano 5.051,329 milhões de euros

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